Foi-se o tempo em que o Big Brother Brasil era considerado coisa de “gente alienada”. Hoje em dia, o programa nos traz lições muito valiosas sobre estratégia e marketing digital e, além disso, as últimas edições contaram com participantes que levantaram assuntos polêmicos e importantes de serem discutidos, como machismo, racismo e homofobia. É claro que amamos as tretas e os momentos de descontração, mas também é fato que o reality tem muito a nos ensinar.
Com apenas uma semana de exibição, a #bbb21 já é um dos tópicos mais comentados do Twitter há dias e, mesmo antes do início da vigésima primeira temporada, o reality já dava o que falar, com famosos cotados para a casa tentando enganar os fãs com fotos e vídeos antigos, e o público tentando adivinhar quem faria parte do elenco desse ano. Aliás, podemos dizer que o começo do BBB 21 foi um dos momentos mais aguardados de toda a pandemia, né?
O programa se reinventou em 2020, passou por uma verdadeira transformação e voltou para os holofotes, chamando a atenção de quem nunca sequer tinha assistido e conquistando, mais uma vez, quem tinha desistido de acompanhar o reality. E muito disso se deu graças a implementação do grupo Camarote, que fez tanto sucesso ano passado que a produção resolveu apostar novamente esse ano.
A edição de 2020, que contou com influenciadores digitais e artistas não tão conhecidos, abriu as portas para os convidados desse ano, que são ainda mais famosos que os do ano passado. Isso acontece pelo fato de que, além de ser uma maneira de divertir o público e aumentar a audiência do programa, participar do BBB se tornou vantajoso para as celebridades também. Com a pandemia, shows foram proibidos e gravações de filmes e novelas foram canceladas, o que acabou prejudicando muitas pessoas no meio artístico. A participação no reality surge como uma oportunidade, tanto pelo prêmio quanto pela visibilidade enorme, que traz novas possibilidades de negócios e parcerias.
No entanto, participar do BBB pode ser uma faca de dois gumes para os artistas e influenciadores digitais. Afinal, eles já têm uma imagem consolidada “no mundo real”. Isso pode fazer com que eles cativem o público mostrando suas opiniões, posicionamentos e vulnerabilidades, ou pode acabar decepcionando se as expectativas não forem atingidas, como foi o caso de Bianca Andrade, a Boca Rosa, na edição do ano passado. Bianca era considerada uma girl boss, um exemplo para feministas antes de entrar na casa, mas decepcionou algumas pessoas com comentários e atitudes que foram consideradas machistas, o que resultou na sua eliminação do programa – mesmo sendo a pessoa com o maior número de seguidores antes de entrar no BBB, vários dos quais ela perdeu.