Tu já deve ter escutado muitas vezes aquela famosa frase “olha lá, fulanx tá se achando blogueirinhx”, ou até “receber produto de graça e postar nos stories é muito fácil, isso não é trabalho”.
Alguém se identifica?
Tudo bem que esse mundo de influenciadores é relativamente novo e que tem muita gente que não entende como uma pessoa pode ser bem sucedida fazendo isso, mas o fato é que o marketing de influência é real e sim, ele dá super certo! Tu já viu que saiu na Forbes – uma das maiores revistas americanas que apresenta artigos e reportagens originais sobre finanças, indústria, investimento e marketing – que o marketing de influência tá crescendo m u i t o mais que os anúncios tradicionais nas mídias digitais? E tu sabe por que isso acontece? VALOR E CONFIANÇA.
A gente conversou com a Juliane Mendes, influenciadora de Livramento – RS, que sentiu na pele o preconceito e a falta de conhecimento sobre o caminho que ela optou seguir nas redes sociais. Se na “cidade grande” já é difícil de compreender, tu imagina em cidade pequena…
“Eu tenho 25 anos e estou na internet há cinco. Comecei apenas postando fotos e vídeos relacionados ao meu trabalho da época, e no final de 2016 eu conquistei um ~carro cor de rosa~ da empresa e foi aí que os meus seguidores no Instagram começaram a aumentar. Então, senti a necessidade de criar conteúdo por lá. Primeiro comecei falando sobre produtos de beleza, que eram aqueles que eu vendia, e logo depois comecei a falar sobre motivação, persistência e determinação. Foi quando entre 2018 e 2019, de forma involuntária, comecei a ser chamada de “blogueirinha” na cidade.”
Quando a gente fala de conteúdo, a primeira coisa que passa pela nossa cabeça é definir um assunto que seja relevante e que faça diferença para um determinado público, aliado a uma boa história. Quer maneira melhor de divulgar tua marca do que com uma pessoa que conquistou um lugar de respeito nas redes sociais, que serve de espelho para muitas outras pessoas e que realmente se interessa e usa teu produto?
Muitas empresas seguem engessadas naquela ideia de que precisa jogar anúncio impresso, poluir o meio ambiente com milhares de flyers e gastar horrores em campanhas que não vão ter o retorno esperado. Tu não acha que já passou da hora de abrir a mente e confiar no que o mundo digital nos trouxe? O modelo tradicional de publicidade, propaganda e marketing não tem mais o espaço que tinha há um tempo. O teu público quer confiar na tua marca, quer ter uma experiência bacana e principalmente, quer a opinião real de alguém em quem ele confia antes de investir uma grana em determinado produto. Se não precisasse desse voto de confiança, não seria necessário gastar com propaganda, né?
“Novidade em cidade pequena sempre assusta as pessoas, ainda mais quando essa novidade é uma nova profissão super contemporânea. O primeiro influenciador digital surgiu nos EUA em 2015, mas aqui no Brasil se popularizou entre 2016 e 2017. Em Santana do Livramento (que é a cidade que nasci e cresci) o influenciador digital surgiu no final de 2018 e eu tive a honra de ser uma das pioneiras. No início passei por alguns pré-conceitos porque as pessoas tinham a imagem de que isso era apenas para pessoas famosas, com dinheiro, e que era coisa de cidade grande. No interior as pessoas sempre levam em consideração o sobrenome que a pessoa carrega, então fazer “um novo nome” também se torna um tipo de obstáculo.”
O investimento em influenciadores digitais vai muito além do que ter alguém famoso nas redes falando sobre o teu produto. É a construção de um público fiel, de uma referência. Para isso, é de extrema importância que a marca faça uma extensa pesquisa e mapeie quais influenciadores se encaixam melhor no perfil do consumidor, contam uma história e se identificam com o produto. Isso também vale pros influenciadores, viu?? Sempre que uma marca te contatar para um job, pesquise e tenha certeza que o produto tem a cara dos teus seguidores! Não esquece de pensar em um jeito legal e diferente de divulgação.
“O início foi bem difícil até conseguir mostrar que ser um influenciador digital não é sobre quem você é ou da onde você vem, mas sim sobre o que você é capaz de fazer, que tipo de conteúdo pode criar e que valor pode agregar na vida das pessoas. O maior obstáculo é como profissionalizar e fazer com que as empresas entendam qual o seu papel e finalidade. Além disso, quando entra a função de pagamento e contratos, as empresas se tornam mais resistentes ainda porque veem isso como gasto ao invés de investimento.”
Um tempo atrás, o público não tinha onde pesquisar sobre o teu produto e acreditava naquilo que um vendedor de loja, bem treinado por sinal, tinha pra dizer. Hoje, é muito difícil encerrar uma jornada de compra sem antes ter dado um check em reviews, opiniões e no que pessoas importantes naquele meio tem a dizer. Ou vai dizer que tu também não pesquisa na Internet sobre aquele produto que tu tá sonhando em comprar?
“Não foi fácil mas vale muito a pena! Atualmente as empresas estão começando a entender mais sobre esse trabalho… Ainda temos muito a fazer!”