Uma realidade mais sustentável não está tão longe do nosso alcance. Pequenas ações, como reciclar o lixo de casa e consumir marcas conscientes, já podem melhorar o lugar onde vivemos. Esse é o propósito da Anna Spotorno, criadora do Instagram Ciclo sem Lixo (@ciclosemlixo), um espaço dedicado a compartilhar informações e estimular hábitos sustentáveis.
O projeto surgiu como um hobby para Anna, que é estudante da área ambiental (Técnica e Gestora Ambiental) e embaixadora do Instituto Lixo Zero Brasil. A ideia é conversar com os seguidores de forma prática e direta, para que mais pessoas possam enxergar possibilidades de ter uma rotina menos poluente.
Dá para dizer que a Ciclo sem Lixo já conquistou o coração de muita gente. Hoje, a rede tem tantos apoiadores que até virou um negócio!
“A Ciclo sem Lixo já se transformou em uma empresa, onde sigo compartilhando tudo que encontro, aprendendo mais do que ensino e cada vez mais focada na gestão de resíduos dentro das nossas casas. Fujo de complicar mais as coisas, e sim torná-las mais simples e práticas, mostrando novos caminhos para esse mundo de buscar ser mais sustentável”, explica Anna.
Em julho deste ano, a Ciclo sem Lixo lançou um novo produto: o Eco Mentoria. O projeto conta com uma sessão online para esclarecer dúvidas e uma consultoria mensal, criada para ajudar quem não tem ideia por onde começar.
“O mais novo projeto é a Eco Mentoria, voltada para quem se sente perdido nesse mundo de possibilidades e quer entender mais sobre o assunto. O objetivo é proporcionar autonomia nas práticas sustentáveis dentro de casa, transformando e recriando diversos hábitos”, indica.
A produção de conteúdo da Ciclo sem Lixo é bem didática. Os posts da Anna são explicativos e criados em cima de assuntos do nosso dia a dia. Ela conta que tem um processo criativo bem fluido e que, muitas vezes, está fora do digital. Por isso, o planejamento é feito de modo mais orgânico.
“É muito orgânico, até demais! Já tentei me organizar de várias formas, pelo Trello, Word, Excel, agenda física, mas nada deu 100% certo. E aí entendi o porquê: a minha página é fluida, e vou muito pelo meu sentir do que quero trazer por lá. E assim funciona pra mim. Atualmente, estou num momento bem fora do digital, me redescobrindo no meu estágio, em oficinas que estou mediando no formato presencial e feiras que participo. Estou buscando levar a Ciclo para fora do digital, mesmo que ela tenha nascido no Instagram”, comenta.
Questionada sobre o formato de conteúdo que faz mais sucesso, Anna responde que é qualquer conteúdo em que ela aparece! Ta aí o resultado de humanizar o perfil, viu? A gente sempre fala sobre isso por aqui!
“O formato que mais dá certo é quando coloco a minha cara para jogo, com certeza. A tal da humanização. Reels e posts onde falo de mim e das minhas experiências são os que mais geram essa conexão com quem está do outro lado. Em nível de engajamento de curtidas e compartilhamentos, carrossel e posts colaborativos bombam demais. São os posts que trazem um melhor engajamento para o perfil”, destaca.
Além desses posts, Anna cita as lives e as mensagens via direct como ferramentas importantes. “O que eu mais amo são as trocas em lives, nunca me imaginei gostando tanto disso. E também no direct, onde me aproximo de quem busca mais informações sobre os temas que trago ali [no feed e nos stories].”
Toda a presença nas mídias digitais gera um vínculo de relacionamento. Para Anna, a maior oportunidade é poder mostrar que a sustentabilidade não está separada de outras áreas.
“Acredito que o futuro é coletivo e local, de forma que precisamos nos unir para fazer isso dar certo! Segregar não é o caminho e nunca foi, mas a sociedade capitalista reforça o conceito de separação. A sustentabilidade não é uma área separada das outras, e não é diferente nas redes sociais. Hoje, existem diversas empresas, ongs, instituições e influenciadoras que trazem esses temas tão necessários. E tudo isso de uma forma mais fácil, de forma politizada. Muito do que vemos nas redes sociais referente aos acontecimentos ambientais não é divulgado pela imprensa da forma que deveria, pois o posicionamento é outro. De certa forma, as redes sociais nos dão uma certa liberdade de expressão para nossos posicionamentos”, ressalta.
E para fechar a nossa conversa, não pode faltar uma dica, né?
A dica da Anna é criar conteúdo de acordo com o teu propósito, para compartilhar ainda mais a tua identidade.
“Se liberta, vai no teu tempo e não te cobra tanto assim! Se acolhe, busca não te comparar com quem tá na mesma área. Uma coisa que funcionou muito pra mim foi parar de seguir páginas semelhantes a minha, por eu estar me cobrando e comparando demais com elas. Não precisamos nos frustrar por não estarmos na mesma constância de criação de conteúdo que outras pessoas. Então, foca em se sentir bem e lembrar sempre do teu propósito ali. É pra ser um espaço teu, com a tua cara. Nada assim foi criado ainda, porque tu é único(a).”
Arrasou, Anna!