As áreas da comunicação e da saúde sempre foram interdependentes, de forma que é impossível pensar na promoção da saúde sem a utilização dos meios de comunicação. A Organização Mundial da Saúde, OMS, define saúde como o bem-estar físico, social e mental e não somente a ausência de doenças. Assim, atuar na promoção da saúde é mais do que alertar sobre doenças ou divulgar dados sobre políticas públicas de saúde. Atuar na promoção da saúde é garantir qualidade de vida para a população.
No contexto atual, mais do que nunca, existe a necessidade de os profissionais de saúde estarem presentes nas mais diversas redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, blogs e Youtube, para que possam não só divulgar o seu trabalho, mas também para compartilhar seu conhecimento sobre a saúde, de uma maneira muito acessível, interativa e dinâmica. Além dos profissionais autônomos, orgãos governamentais voltados para os serviços de saúde pública, clínicas e hospitais desempenham o papel de mediadores entre a informação e a população leiga, traduzindo-a para uma linguagem simples e contextualizada com o dia a dia das pessoas. Ao compartilhar conteúdos nas redes sociais, com regularidade e interação/engajamento com o público, a intenção não é somente fornecer informações, mas sim educar a respeito de um determinado assunto.
Entretanto, é de extrema importância que se tenha responsabilidade sobre o conteúdo publicado, independentemente do número de seguidores. Não são todos que “sabem ler”, filtrar e interpretar o que os profissionais de saúde publicam em suas redes sociais, de modo que conteúdos, palavras e ações exibidas online podem ter grande influência na vida das pessoas, em seus comportamentos, opiniões e decisões. É essencial salientar que há postagens, vídeos, textos e outras publicações pouco verdadeiros ou confiáveis e que, por vezes, não promovem saúde – podem, inclusive, colocá-la em risco! É o caso de profissionais que trazem comportamentos pouco adequados para o contexto de saúde, informações sem embasamento científico, promoção da autoimagem somente pelo corpo, conteúdos baseados em achismos e em sua experiência pessoal, exposição de pacientes sem autorização e/ou divulgação de marcas/produtos de qualidade duvidosa. Por isso, diversas organizações de saúde internacionais já publicaram guidelines para uso das redes sociais, que abordam questões sobre responsabilidade, separação de perfis (pessoal x profissional) e configurações de privacidade, que são tópicos importantes a serem pensados quando se trata de um perfil profissional de divulgação de conteúdo.
Ou seja: é claro que a internet e as redes sociais devem ser utilizadas para a promoção da saúde e como grandes aliadas dos profissionais. Porém, essa atuação deve estar alinhada com os princípios éticos da profissão, com o cuidado com a imagem pessoal e com a qualidade da informação e a linguagem utilizadas. É importante também que o profissional esteja atento ao rigor científico/técnico de suas publicações ou mesmo daquilo que curte ou compartilha com o seu público.