Ser uma artista que encanta diversas pessoas com suas pinturas de animaizinhos é uma tarefa fácil para a Ana Júlia! Com todo o seu talento, ela faz artes maravilhosas e posta tudo lá no perfil @anajudotto, incluindo pinturas de vacas e experimentações!
Por isso, convidamos ela para participar do “Fluindo com”. Afinal, atrás de uma grande artista, existe uma grande história! Iniciamos a conversa questionando sobre como foi o processo para entrar nesse mundo das artes.
“Isso foi bem aleatório, pois acredito que vem lá da infância, quando no meio das aulas ficava rabiscando qualquer coisa e criando elementos visuais diversos que eu nem sabia o porquê. Mas esse gosto pelo desenho foi se desenvolvendo ainda mais na adolescência, então comecei a me aprofundar na pintura, tentando alguns guaches e aquarelas. E foi durante a faculdade, quando iniciei as pinturas com acrílica em tela, que acho que me encontrei, tanto que tive que mudar o curso para as Artes Visuais, pois Arquitetura não estava dando conta.”
E qual será o porquê da escolha da artista por desenhar vacas? Será que elas possuem um significado especial ou têm uma relação na vida dela? Ela nos conta:
“Muitas pessoas acham eu pinto vacas pela relação com os animais ou por eu não comer carne, mas na real, mesmo que eu tenha um carinho imenso pelos animais, não é por isso. É mais por eu ter me apaixonado demais na minha primeira pintura de vaca, a Celeste, e a partir daí desenvolvi diversas sequências de pinturas, o que se tornou algo muito confortável pra mim, não precisar pensar em algo para representar, não precisar quebrar a cabeça pra começar a pintar. Foi um processo que demorou um pouco, mas agora eu consigo colocar na pintura o que eu estou sentindo indiretamente através da vaca ou trazer algum grafismo que eu gosto em conjunto com a figura da vaca. Mas o mais legal é que muitas vezes eu não sei o que vou encontrar no final.”
Ou seja, a produção de arte da Ana Júlia demanda um processo que deixa a artista bem curiosa com o resultado final de suas pinturas!
Mas para além disso, é muito importante estar atento a quais conteúdos trazem mais engajamento, e notamos que quando aparece nas fotos, a Ana consegue mais curtidas e comentários. Será que ela gosta de “dar as caras” no perfil ou queria que as pessoas priorizassem mais a sua arte?
“Eu gostaria que fosse priorizado mais as minhas artes neste perfil, pois tenho outro apenas para postar fotos de momentos da vida. Mas muitas vezes não é nem meus seguidores que escolhem se engajar mais com as postagens que eu apareço, mas sim o Instagram que desloca a postagem com um rostinho lá para o topo. Por outro lado, antes de a pintura ir para outro lar, e se ela for de um tamanho grande, curto muito fazer um registro dela do meu lado.”
E em meio às suas produções, surgiu a ideia de trocar cartas, as quais Ana confessa que viu e pensou: “preciso tentar isso!”. Assim, ela já entrou em contato com algumas pessoas e foi atrás de enviar! Ela afirma que até hoje tem contato com uma das meninas que ela iniciou o envio lá em 2016, enquanto muitas outras acabam se perdendo no caminho.
Mas ao formar todo seu perfil no Instagram, questionamos sobre a mensagem que ela poderia querer deixar na mente das pessoas que a seguem! Ana afirmou que nunca havia parado para pensar nisso.
“Nunca tinha parado para pensar nisso, acho que porque não busco muito a aprovação dos outros (exceto pessoas próximas hehe). Mas acredito que tento passar a mensagem de que a arte pode ser para todos, de forma a não ser vista como algo elitizado, tanto que fico muito feliz quando o pessoal aparece na dm me perguntando sobre materiais que uso, técnicas ou outras coisas, fico muito feliz de poder ajudar.”
E em meio a essa conversa tão importante, sobre a elitização da arte e seu sentimento de felicidade em poder ajudar seus seguidores, perguntamos qual foi a peça que mais marcou ela durante a produção e resultado.
“É muito difícil responder só uma, mas acho que Espaço livre, por ser a segunda tela que pintei na vida e foi uma experiência muito diferente da primeira, que eu estava tentando reproduzir técnicas do Youtube (que me ajudaram bastante). Nessa eu pude colocar coisas que eu percebia ao meu redor, muros, pichações, cores que às vezes não vão estar representando o real mas sim o que eu vejo e experimentar pinceladas e outros modos de colocar a tinta na tela.
A outra que me marcou muito foram as vacas azuladas, pintadas nesse último ano. Geralmente quando eu uso azul, é algo satisfatório, porém triste. Satisfatório por poder colocar pra fora, pelo gesto, eu gosto muito de ver esse movimento do pincel na tela, e muito expressivo, depois de pronto. Até utilizei os dedos pra fazer essa. É algo rápido de se fazer, demorei menos de 1 hora, e era uma tela consideravelmente grande, muito diferente de alguma encomenda que tento representar algo. Já a tristeza vinha quando tentei falar pela arte meu desânimo dos últimos dias (tem um textinho que escrevi na postagem que acredito que explica melhor).”
E claro que, com um perfil maravilhoso e que inspira milhares de outras pessoas, tivemos que pedir aquela dica especial para quem deseja começar a trabalhar com arte e redes sociais!
“Primeiro a pessoa vai ter que entender que tem que ter outro trabalho fixo para se sustentar, porque mesmo tirando um dinheirinho extra bem bacana, não dá pra ganhar só com isso. Mas levar como algo que você gosta de fazer e não como uma obrigação ajuda muito, se não muitas vezes pode acabar de você produzir só por produzir, criar só por criar e no fim não se ver naquilo, não se ver naquela visualidade, e isso é triste demais.”